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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Autora do texto abaixo: Gabriela Duarte Sales (7º ano C)


(Diretora Nazaré Guedes e aluna Gabriela Duarte)

O BARRO PRETO

            Meu nome é Maria Ducarmo, sou bordadeira. Quando aqui cheguei tinha dois anos de idade, hoje moro na avenida 13 de Abril.
            Minha mãe era dona-de-casa e meu pai não tinha profissão, trabalhava como agricultor na roça, ao chegar aqui em Fortaleza não teve outra opção e foi trabalhar numa firma como auxiliar de serviços gerais.
            Aqui era muito tranqüilo e deserto, todas as ruas eram de barro e com bastante mato, não tinha escolas, postos de saúde, hospitais, creches, etc. hoje o bairro chama-se Vila União, mas naquele tempo as ruas eram de barro escuro por isso era chamado de Barro preto.
             Um fato que marcou muito minha vida foi o dia da minha 1ª comunhão. Como o bairro não tinha igreja e nem escolas, a missa foi realizada num campo cheio de lavanderia comunitária. Lembro-me bem que os canos despejavam as águas de sabão bem próximo as cadeiras onde estávamos sentados eu e minha família. Mesmo assim eu estava feliz, olhei em minha volta e vi meus oito irmãos sentados ao meu lado, também vestidos de brancos, pois juntamente comigo iriam fazer a 1ª comunhão. Minha mãe mandou preparar nossa roupa, todos de brancos. Meu vestido era bem comprido com saia rodada e mangas plissadas, tinha até um véu, parecia uma noiva. Quando sentei no chão para esperar o padre, olhei para as minhas amigas que também estavam sentadas e pareciam rosas brancas enfeitando o campo.
             Foi uma grande emoção a que senti ao receber a hóstia pela 1ª vez, nesse momento meus pais estavam perto, dava para perceber que minha mãe enxugava discretamente os olhos de lágrimas que não poderá esconder. A celebração durou o dia todo. Foi um dia de festa nas casas de várias famílias. Meu pai mandou matar um porco e assou. Minha mãe fez arroz, bolinhos, salgadinhos e aluá. Aos poucos foi chegando toda , a família, tios, primos, padrinhos e madrinhas. Até quem não foi convidado também apareceu.
            Estávamos em período eleitoral e o convidado eleito foi o mais querido que fez muito por esse Bairro. Com isso veio os benefícios, luz, praças, casas populares, o mercado, escolas e postos de saúde. Com o passar do tempo o Bairro progrediu, sua fama espalhou-se fazendo com que outras famílias viessem para cá. Sou muito feliz aqui e não quero ir para outro lugar. O Bairro chamado Vila União cresceu comigo e vai crescer muito mais.

(Entrevistada: Maria Ducarmo, 70 anos, moradora mais antiga da Avenida 13 de Abril).

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