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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Autora do texto abaixo: Loislane A. de Morais (9º ano B)

(Diretora Nazaré Guedes e aluna Loislane Morais)

A COMEMORAÇÃO DA VIDA

            Saio na rua de manhã e vejo crianças brincando, umas correndo, outras gritando, outras caladas, talvez pensando em alguma traquinagem ou em alguma brincadeira. Onde eu moro, tem um campinho de futebol em que as crianças, tendo um bola, brincam felizes o dia todo.
            No fim do dia, vejo os jovens com um sorriso maroto estampado na cara. Eles caminham em direção à praça que fica no centro do bairro. Nos finais de semana, ela fica lotada, mal dá pra andar direito. É som de um lado, conversas de outro, tem de tudo um pouco, namorados, ficantes, paqueras, essas coisas de adolescente. Mas, para quem não gosta muito desse tipo de diversão, há também uma linda igreja que, nos finais de semana, recebe todo mundo de braços abertos para as missas.
            Aos domingos, em todos os lados que se vê, há grupinhos de pessoas comemorando a vida. É uma alegria que se vê de longe. Segunda-feira todos acordam com preguiça de ir trabalhar, mas se lembram “no fim de semana tem mais” e vão trabalhar mais felizes do que nunca. Onde eu moro é assim.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Autora do texto abaixo: Gabriela Duarte Sales (7º ano C)


(Diretora Nazaré Guedes e aluna Gabriela Duarte)

O BARRO PRETO

            Meu nome é Maria Ducarmo, sou bordadeira. Quando aqui cheguei tinha dois anos de idade, hoje moro na avenida 13 de Abril.
            Minha mãe era dona-de-casa e meu pai não tinha profissão, trabalhava como agricultor na roça, ao chegar aqui em Fortaleza não teve outra opção e foi trabalhar numa firma como auxiliar de serviços gerais.
            Aqui era muito tranqüilo e deserto, todas as ruas eram de barro e com bastante mato, não tinha escolas, postos de saúde, hospitais, creches, etc. hoje o bairro chama-se Vila União, mas naquele tempo as ruas eram de barro escuro por isso era chamado de Barro preto.
             Um fato que marcou muito minha vida foi o dia da minha 1ª comunhão. Como o bairro não tinha igreja e nem escolas, a missa foi realizada num campo cheio de lavanderia comunitária. Lembro-me bem que os canos despejavam as águas de sabão bem próximo as cadeiras onde estávamos sentados eu e minha família. Mesmo assim eu estava feliz, olhei em minha volta e vi meus oito irmãos sentados ao meu lado, também vestidos de brancos, pois juntamente comigo iriam fazer a 1ª comunhão. Minha mãe mandou preparar nossa roupa, todos de brancos. Meu vestido era bem comprido com saia rodada e mangas plissadas, tinha até um véu, parecia uma noiva. Quando sentei no chão para esperar o padre, olhei para as minhas amigas que também estavam sentadas e pareciam rosas brancas enfeitando o campo.
             Foi uma grande emoção a que senti ao receber a hóstia pela 1ª vez, nesse momento meus pais estavam perto, dava para perceber que minha mãe enxugava discretamente os olhos de lágrimas que não poderá esconder. A celebração durou o dia todo. Foi um dia de festa nas casas de várias famílias. Meu pai mandou matar um porco e assou. Minha mãe fez arroz, bolinhos, salgadinhos e aluá. Aos poucos foi chegando toda , a família, tios, primos, padrinhos e madrinhas. Até quem não foi convidado também apareceu.
            Estávamos em período eleitoral e o convidado eleito foi o mais querido que fez muito por esse Bairro. Com isso veio os benefícios, luz, praças, casas populares, o mercado, escolas e postos de saúde. Com o passar do tempo o Bairro progrediu, sua fama espalhou-se fazendo com que outras famílias viessem para cá. Sou muito feliz aqui e não quero ir para outro lugar. O Bairro chamado Vila União cresceu comigo e vai crescer muito mais.

(Entrevistada: Maria Ducarmo, 70 anos, moradora mais antiga da Avenida 13 de Abril).